O proprietário do Centro de Tratamento Ribeiro em Nova Iguaçu, Edmilson Messias Ribeiro Júnior, foi detido em uma operação realizada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ).
O centro, que servia como clínica de reabilitação e lar para idosos na Baixada Fluminense, foi interditado na segunda-feira e 96 pacientes foram libertados do local.
A clínica acolhia idosos, dependentes químicos e pessoas com deficiências, cobrando entre R$ 1.200 e R$ 3.000 por mês. Após a intervenção do MPRJ, os pacientes foram conduzidos para uma instalação disponibilizada pela Secretaria Municipal de Assistência Social de Nova Iguaçu.
Leonardo Mazzutti, representante legal do dono da clínica, negou as acusações de abuso e cativeiro ilegal.
Ele argumentou que a clínica estaria fechada à noite por motivos de segurança e insinuou que a falta de funcionários poderia ser devido a uma mudança de turno.
Edmilson Messias Ribeiro Júnior, que já trabalhou em hospitais de campanha no estado de 16 de fevereiro a 20 de maio do ano anterior, foi demitido e, desde então, não exerce nenhuma função na Secretaria de Estado de Saúde.
A clínica possui um histórico de ilegalidades, de acordo com o MPRJ. A instituição tem se esquivado das leis durante anos, mudando constantemente de local e nome para evitar fechamento.
O MPRJ havia solicitado o encerramento das atividades da clínica em julho de 2014, através de uma ação civil pública.
Anteriormente, a clínica operava em nome da Igreja Evangélica Ministério Cristo a Meta. A decisão foi finalizada em maio de 2018.
Depois disso, a clínica mudou seu nome para Clínica de Reabilitação Caetana Greco Eireli.
Em maio do ano anterior, um incêndio forçou o fechamento do local, resultando em duas mortes e sete feridos.
Inspeções sanitárias realizadas na época identificaram diversos problemas de saúde.
Após o incidente, a clínica foi rebatizada como Centro de Tratamento Ribeiro e se estabeleceu em um novo local em Nova Iguaçu.
De acordo com a prefeitura de Nova Iguaçu, a clínica não possuía alvará nem permissão para operar.
As secretarias municipais de assistência social e saúde da cidade estão fornecendo apoio à ação do MPRJ.
A Prefeitura de Nova Iguaçu reforça que a clínica já havia sido fechada pela Vigilância Sanitária Municipal em maio de 2022 após um incidente de incêndio que resultou em vítimas.
O proprietário da clínica então inaugurou um novo estabelecimento sob um novo nome, que também foi fechado por falta de licença e autorização para funcionamento.
As secretarias municipais de assistência social e saúde estão trabalhando em conjunto com o MPRJ, auxiliando no cuidado e realocação dos pacientes resgatados.
Fonte: Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ)